Reaquecer o caldeirão

Larissa no rio cheia de vontade de molhar as terras vermelhas do Cerrado com a umidade e as águas barrentas da Amazônia.

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Eu vejo essa memória a cerca de 2 cm de distância de mim. Sentada no chão do Instituto Central de Ciências da UnB, depois de almoçar no RU. Eu tinha 22 anos. Artur, que estava à minha direita, mostrou um livro da BCE que ele tinha pegado emprestado. Era a obra completa do João Cabral de Melo Neto. Lá, eu li pela primeira vez o poema que já havia ouvido na voz de Lirinha, do Cordel de Fogo Encantado. “Os Três Mal Amados” não era somente um poema. Era uma peça inacabada, com três vozes masculinas e três vozes femininas (nunca escritas).

Eu já estava em Brasília há 5 anos e só havia feito, como atriz, espetáculos acadêmicos nas disciplinas do curso de artes cênicas. A essa altura, já havia cursado todas as disciplinas práticas e estava terminando minha formação como arte educadora. Mas sentia falta de experimentar no corpo, de me colocar novamente no jogo. E assim, sentada naquele chão gelado do ICC, ao lado de Artur e de Yuri, joguei as palavras ao vento “E aí, Yuri? Vamo montar?” 

Eu não sabia. Ninguém sabia, mas ali nascia o Maniva. Meu primeiro espetáculo solo. Minha vontade de molhar as terras vermelhas do Cerrado com a umidade e as águas barrentas da Amazônia. Minha Belém-Brasília particular estava se tornando coletiva.

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Memórias

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